Dividendos: entenda o que são e como funcionam

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Se você tem conversado com alguém acerca de investimentos ou leu algum artigo que fala sobre aplicações na Bolsa de Valores, já deve ter escutado o termo dividendos. Eles despertam, de modo geral, o interesse de muitos investidores que buscam ações negociáveis na B3.

Os dividendos são, afinal, proventos repartidos entre acionistas. Você já ouviu falar em proventos? Se ainda não conhece o significado desse termo, descubra-o abaixo:

Proventos são benefícios, ou frações do lucro de uma empresa, distribuídos para quem investe em ações de uma determinada corporação. Nós podemos entendê-los como um modelo utilizado para remunerar os acionistas por meio do capital efetivo ou também de outras ações expedidas pela organização.

De forma resumida, os dividendos são proventos que empresas de capital aberto pagam aos seus acionistas. Esse pagamento, que pode ser feito em dinheiro, é o que muitos acionistas procuram em uma empresa, até mesmo os investidores mais tradicionais. 

Continue a leitura para saber o que são os dividendos e como eles funcionam na prática!

O que significa o termo Dividendos?

Os dividendos são parte do lucro líquido de uma empresa. Esse lucro, por sua vez, é acordado e repartido entre os acionistas que investem o seu capital nessa organização. Entenda da seguinte forma:

Ao comprar uma ação de certa corporação, você se torna um “sócio” do empreendimento. Ou seja, você se transforma em um acionista.

Por ser um acionista, você recebe uma fração do lucro líquido da empresa segundo o acervo de papéis disponibilizado por ela. A repartição desse rendimento ocorre através dos dividendos – que se apresentam como uma maneira de atrair potenciais investidores.

Por que as corporações devem pagar Dividendos?

Saiba que isso está determinado pela Lei nº 6404/76, também conhecida como Lei das Sociedades Anônimas ou ainda Lei das S/As. Por esse motivo, as empresas elencadas na Bolsa de Valores devem repartir uma parcela do lucro líquido com os acionistas. Dessa forma, a empresa consegue remunerar os investidores – tornando os dividendos mais interessantes para futuros “sócios”.

Como curiosidade, fique sabendo que não há uma porcentagem mínima do rendimento a ser dividido entre quem investe em ações. O estatuto social da empresa é o setor responsável por determinar a quantidade de lucros que será, obrigatoriamente, destinada ao dividendo – de acordo com o artigo 202 da Lei das Sociedades Anônimas. Portanto, nós podemos imaginar que, em certo momento, a corporação compartilhará apenas 2% da sua rentabilidade, se assim estipular o estatuto.

Se por alguma eventualidade esse percentual for ocultado, a corporação é submetida a pagar 50% do lucro líquido ajustado.

Contudo, para sua tranquilidade, saiba que grande parte das corporações no Brasil reparte 25% do lucro líquido ajustado com os seus investidores. As empresas adotam esse modelo com a finalidade de transformar os seus papéis em investimentos mais interessantes para os acionistas.

Quais são as categorias de Dividendos e Proventos?

Se você decide adquirir uma ação que te garanta o direito aos dividendos, pode receber o rendimento das seguintes maneiras:

  • Dinheiro
    Recebe uma quantia específica pelas ações que possui ou uma porcentagem – 10% do preço da ação, por exemplo. Esse valor pode ser usado para a compra de novas ações na empresa em que o seu capital foi investido.
  • Ações
    Nesse caso são recebidos os papéis da empresa na qual investiu. Lembre-se de que os papéis que recebe são equivalentes à quantidade que a corporação possui.
  • JCP
    Nos Juros sobre Capital Próprio, o acionista fica com 15% do Imposto de Renda retido. Nesse modelo, a empresa está isenta de fiscalização sobre os dividendos. Por esse motivo, ela ganha a possibilidade de repartir uma faixa de lucros superior à média.
  • Subscrição
    Ao expedir mais ações, a corporação permite que os investidores comprem as ações mais recentes antes do próprio mercado – ou seja, a preferência é concedida a quem já é acionista. As ações podem, inclusive, possuir um valor inferior ao que será vendido no mercado.

Como os Dividendos funcionam?

Veja abaixo alguns termos que você deve conhecer se deseja investir ou descobrir como os dividendos funcionam:

  • Data de Declaração
    Essa é a data em que o Conselho de Administração da empresa divulga os dividendos, informando as datas de registro e de pagamento – além de anunciar o valor da distribuição. Uma vez que essa declaração é feita, a empresa deve repartir uma parcela do seu rendimento com os investidores.
  • Data Ex-Dividendo
    Essa data é utilizada para organização do recebimento dos lucros. Os investidores que compram ações antes da Data Ex-Dividendo, recebem os dividendos. Contudo, se eles compram após esse período, perdem o direito a ganhar o rendimento – quando isso acontece, os lucros passam a ser recebidos pelo acionista que vendeu as ações.
  • Data de Registro
    Nesse dia, são registrados pela corporação os nomes dos investidores que terão direito a receber os dividendos. Na Data de Registro definem-se, também, quais serão os acionistas que terão relatórios financeiros, procurações e outros esclarecimentos referentes à distribuição de dividendos.
  • Data de Pagamento
    Essa é a data escolhida pela corporação para efetuar o pagamento dos dividendos aos seus investidores.
  • Índice de Cobertura de Dividendos
    Esse índice aponta o lucro líquido de uma corporação e os dividendos recebidos pelos acionistas. O Índice de Cobertura de Dividendos é feito a partir de um cálculo que considera a divisão do lucro total da empresa pelo valor do dividendo por cada ação. Assim, os acionistas conseguem fazer uma avaliação do potencial que uma empresa possui no que diz respeito ao pagamento dos dividendos.
  • Plano de Reinvestimento dos Dividendos
    Também chamado pela sigla PRD, o Plano de Reinvestimento dos Dividendos é um modelo que as corporações oferecem aos investidores com a finalidade de lhes proporcionar o reinvestimento automático dos dividendos pagos em quantias monetárias em novas ações da empresa.

Carteira de Dividendos: o que é?

Se você deseja investir em ações que possuem o pagamento de dividendos como uma de suas principais características, deve considerar a possibilidade de montar uma carteira de investimentos.

Aqui no blog, nós já falamos sobre a Carteira Administrada. Após terminar essa leitura, não deixe de conferir o artigo que deixamos abaixo!

Bom, a carteira de dividendos é muito parecida com uma carteira de investimentos. A principal diferença entre elas é o simples fato de a carteira de dividendos estar direcionada às ações de empresas que possuem o pagamento dos dividendos como sua principal característica.

Nós separamos quatro aspectos que você deve ter em mente para montar a sua carteira de dividendos. Veja a seguir:

  • Dividend Yield
    Dividendo anual de uma ação dividido pelo seu valor atual.
  • Preço da ação
    O valor do papel de uma corporação.
  • Estado da empresa
    Lembre-se de estar atento aos padrões que a corporação apresenta, especialmente no que diz respeito aos resultados que ela demonstra.
  • Gestão empresarial
    Observe a organização da empresa em que deseja investir. Veja se a corporação cumpre com as diretrizes propostas pelo mercado financeiro. Dessa forma, você saberá se o trabalho realizado por ela é confiável.

Além disso, atente-se também às considerações que deixamos a seguir. A partir delas, você saberá por onde começar e no que precisa ter cuidado.

  • Analise a empresa
    Entenda exatamente como a empresa funciona. Busque pelos balanços financeiros, acompanhe as suas movimentações no mercado financeiro e atente-se à sua reputação no mundo dos investimentos.
  • Conheça o histórico da corporação
    Acompanhe o pagamento de dividendos realizado pela empresa em que deseja investir. Certifique-se de que a situação financeira é estável antes de começar os seus investimentos.
  • Esteja atento aos pagamentos
    Esse é um aspecto fundamental. Observe a data em que os pagamentos são realizados para saber como isso influencia a sua carteira de dividendos.
  • Diversifique a sua carteira
    Essa dica também é válida para as carteiras de investimento. Procure diversificar os seus investimentos, sempre escolhendo empresas que apresentam bons resultados.

Agenda de Dividendos

A agenda de dividendos nada mais é do que uma ferramenta utilizada pelos investidores para manter os investimentos devidamente ordenados. Desse modo, é possível estar ciente de todas as empresas que fazem o pagamento dos dividendos.

Uma agenda de dividendos costuma apresentar as seguintes informações:

  • Empresa
  • Preço
  • Data Ex-Dividendo
  • Data de Pagamento

Custos e Tributação dos Dividendos

Agora que nós já falamos sobre todas essas características dos dividendos, podemos comentar sobre os custos e tributos relacionados a essa categoria de investimento. Para facilitar a sua compreensão, compilamos as informações mais importantes abaixo. Continue a leitura!

  • Taxa de Corretagem
    As corretoras são as responsáveis por “conectar” os investidores à Bolsa de Valores. Por esse motivo, é fundamental que elas estejam intermediando o processo de investimento em ações. Logo, cobra-se a taxa de corretagem – um serviço cobrado pelas corretoras que pode apresentar preços fixos ou variáveis.
  • Imposto sobre Serviço
    Como mencionado acima, as corretoras oferecem serviços aos clientes. Por conta disso, é necessário aplicar o ISS – como também é conhecido o Imposto sobre Serviço. Esse valor costuma incidir sobre a taxa de corretagem.
  • Taxa de Manutenção da Custódia
    Esse é um tipo de taxa exigida pelas corretoras para que possam cobrir gastos a fim de guardar as ações na Câmara de Ações.
  • Taxa sobre o Valor em Custódia
    Essa é uma taxa mensal cobrada pela B3, para ativos em custódia, cuja finalidade é guardar os investimentos dos acionistas.
  • Emolumentos e Taxa de Liquidação
    São tarifas exigidas pela B3 e pela Câmara de Ações para assegurar o registro de todos os ordenamentos enviados pelas corretoras. Geralmente, são cobradas a partir de um valor fixo sobre o preço final transacionado.
  • Imposto de Renda
    Pessoas físicas possuem isenção nos valores dos dividendos no IR. Contudo, pessoas jurídicas precisam, necessariamente, pagar um imposto para recebê-los. Lembre-se de que o IR (Imposto de Renda) incide nos Juros Sobre Capital Próprio na fonte, possuindo uma alíquota de 15%.

Gostou do conteúdo? Saiba mais sobre o mercado financeiro e continue lendo outros artigos aqui no blog.

Além do artigo de Carteiras Administradas indicado ao longo do texto, deixamos mais uma sugestão de leitura para você. Confira!