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IPO: descubra o que é uma Oferta Pública Inicial e como funciona a abertura de capitais na Bolsa de Valores

Última atualização em
10 min de leitura

Você sabia que o IPO é um dos eventos mais acompanhados pelos investidores no mercado financeiro? A Oferta Pública Inicial, como também é conhecido, representa a estreia de uma empresa na Bolsa de Valores — não é de se estranhar que esse marco desperte a curiosidade de quem acompanha o mundo dos investimentos de perto, não é?

Mas, afinal, como funciona o processo de IPO? É sobre isso que nós falaremos hoje! Neste artigo, você conhecerá os principais aspectos de uma Oferta Pública Inicial. Descubra por que as empresas optam por esse processo, quais requisitos devem ser seguidos, como as ofertas são divididas e muito mais! Acompanhe a leitura!

Em primeiro lugar, o que é IPO?

Apesar de parecer complexo, o termo IPO é caracterizado de uma maneira bastante simples. Comecemos pela definição dessa sigla, que em inglês significa Initial Public Offering. No nosso idioma, nós podemos traduzi-la como Oferta Pública Inicial.

De forma geral, o IPO pode ser definido como um processo pelo qual as empresas passam quando desejam abrir o seu capital na Bolsa de Valores. Por isso, é possível entendê-lo como a primeira proposta de venda das ações de uma instituição — ou seja, o seu lançamento no mercado financeiro.

Ao submeter-se a esse procedimento, a empresa transforma-se em uma organização de capital aberto — o que lhe permite negociar os seus papéis na Bolsa de Valores. Desse modo, ela consegue captar recursos através de investidores que adquirem pequenas frações da companhia. Por esse motivo, eles começam a ser chamados de sócios do negócio.

Como funciona o processo de Oferta Pública Inicial?

Não pense que a consolidação desse processo acontece de uma hora para outra! Existe uma série de diretrizes que as empresas devem seguir para disponibilizar as suas ações. Naturalmente, o regulamento é estabelecido pela entidade responsável por fiscalizar e normatizar o mercado de valores mobiliários brasileiro — conhecida como CVM ou Comissão de Valores Mobiliários.

Falando nisso, você já conhece a CVM? Nós escrevemos um artigo sobre ela no LinkedIn. Se quiser saber mais, é só conferi-lo abaixo:

Uma vez que essa primeira etapa é concluída, inicia-se o período de reserva das ações – um momento em que a oferta pública inicial é apresentada para os potenciais investidores. Em seguida, ao demonstrarem algum interesse pelos papéis, eles podem solicitar a compra das ações ofertadas pela instituição. Como curiosidade, é interessante saber que os critérios de aquisição são distintos e seguem as determinações de cada IPO.

A partir disso, as empresas estabelecem os valores que almejam conseguir. Por essa razão, nós entendemos que elas definem certos princípios para a solicitação das reservas — isto é, alguns fundamentos que são estipulados para aproximá-las do seu objetivo final. Podemos pensar, por exemplo, na indicação de uma cotação mínima para o investimento — a qual será definida segundo a demanda do mercado.

Se as negociações ocorrerem de forma positiva, ou seja, em um contexto no qual a instituição arrecada os recursos que deseja, os investidores tornam-se acionistas — esse acontecimento tende a ser favorável à empresa. Afinal, o IPO pode ser visto como uma oportunidade para compra de ações em um período estratégico — concedendo ao investidor a chance de lucrar com o crescimento da instituição em que aplicou o seu capital financeiro.

No entanto, nós sempre ressaltamos que essas operações apresentam um índice de volatilidade considerável! Isso quer dizer que existem muitas oscilações de preços e lucros no mercado de ações. Portanto, procure manter-se informado e esteja atento a tudo o que acontece no mundo dos investimentos.

Por que as empresas optam por fazer o IPO?

Por vezes, o processo de IPO pode ser complexo para as empresas. Há algumas mudanças que devem ser feitas para que ela possa participar da Oferta Pública Inicial. Por isso, pode ser que você questione os motivos que levam uma corporação a abrir o seu capital. Vejamos alguns deles a seguir:

Captação de recursos

A emissão de ações é uma das formas disponíveis para que uma empresa consiga ter acesso a uma quantidade maior de capital financeiro. Isso significa que ela vende os seus papéis para os investidores que desejam comprá-los — os quais, consequentemente, tornam-se acionistas da companhia. Essas aplicações financeiras, em sua maioria, são destinadas ao financiamento de certos investimentos que as instituições devem fazer para crescerem o seu negócio. Os investidores, por conseguinte, participam dos ganhos que as empresas recebem com o passar do tempo.

Disponibilidade de liquidez

A abertura de capitais é um processo que pode disponibilizar a liquidez aos sócios ou empreendedores de uma companhia. Eles ganham uma oportunidade para vender as ações a outros investidores no mercado — o que também pode trazer lucros para suas carteiras.

Talvez você faça a seguinte pergunta: “Por que os acionistas abririam mão das suas próprias ações?”. Bom, existem diversos motivos para isso acontecer! Saiba que esse comportamento não é incomum no mercado financeiro.

É possível que eles estejam buscando por outros tipos de negócio, por exemplo. Além disso, nós também podemos pensar em um cenário no qual as ações foram valorizadas e, por essa razão, os investidores decidem vendê-las para que consigam embolsar a quantia.

Aumento na visibilidade

É interessante pensar sobre certas adaptações que as empresas devem fazer quando optam por abrir o capital. Como exemplo, nós podemos mencionar a adequação dos seus processos internos com a finalidade de apresentar transparência nas suas operações e, consequentemente, nos seus resultados. Essa mudança é fundamental para que os investidores saibam o que acontece nos negócios da companhia — o que lhes permite decidir se continuam ou não a aplicar o seu capital financeiro na empresa.

Com isso, as corporações conquistam uma posição de credibilidade diante do investidor — uma vez que os seus níveis de liderança passam a ser vistos como elevados. Nós também observamos que elas começam a ser mais reconhecidas publicamente, pois a sua visibilidade aumenta — chamando, assim, a atenção de investidores e analistas do mercado.

Existem requisitos para que uma empresa faça o IPO?

Sim, existe uma série de normas e requisitos que devem ser cumpridos para a realização do processo de IPO. Uma empresa que deseja seguir esse caminho deve ser formalizada como uma S/A, ou sociedade anônima — nesse caso, o seu capital é fracionado em ações; diferenciando-as, dessa forma, das companhias limitadas — as quais utilizam cotas.

Também é fundamental que as corporações cumpram com certas determinações como o envio de informes financeiros auditados externamente; além de outras exigências relacionadas aos aspectos fiscais, gestão interna, governança corporativa, entre outros.

As principais etapas do processo de IPO

Como você já deve ter percebido, o IPO não acontece de modo repentino. Anteriormente, nós dissemos que existem padrões que as empresas devem seguir para que possam fazer a sua Oferta Pública Inicial. Vejamos abaixo como acontece esse processo:

Planejamento e Auditoria

É comum que essa primeira etapa seja a mais demorada. De modo geral, o processo costumar levar certo tempo para acontecer por conta da auditoria de finanças da corporação. Por lei, exige-se que a empresa mostre três anos de balanços auditados para que possa abrir o seu capital.

Entretanto, se por algum motivo a auditoria de resultados já for parte de uma prática da corporação — isto é, ela já se submetia à avaliação externa e independente de uma outra empresa — o processo, por sua vez, torna-se mais simples. Contudo, se a situação não for essa, é possível que a companhia precise completar o período estipulado para conseguir os índices corretos à apresentação.

Nessa etapa, determinam-se todos os aspectos que dizem respeito à operação — isso é feito pela própria empresa e seus assessores financeiros. É interessante saber que essa definição inclui não somente a quantidade de recursos que se deseja conquistar, mas também a composição dos papéis que serão ofertados no mercado.

Roadshow

Os roadshows são conhecidos como as reuniões de apresentação da empresa e sua oferta para o mercado. As instituições financeiras responsáveis por assessorar a operação também são aquelas que realizam esses eventos — que contam com a presença de corretoras de valores, analistas do mercado financeiro e os possíveis investidores. 

É comum que em um roadshow estejam presentes os executivos da companhia, e claro, o seu presidente. Nessas reuniões são respondidas as questões dos participantes — dessa forma, cria-se uma atmosfera convidativa para eles, com a finalidade de deixá-los mais interessados nas operações.

Registro e Listagem

Como nós mencionamos anteriormente, existem diversas normas que devem ser respeitadas durante a realização de um processo de IPO. Dentre as principais, destacamos a solicitação do registro de empresa aberta junto à Comissão de Valores Mobiliários e, também, o pedido para realização de venda das ações para o público. Por essa razão, é fundamental que essas operações sejam monitoradas pela CVM.

A companhia também solicita a sua inscrição na B3, pois somente assim ela poderá negociar os papéis nos pregões da bolsa brasileira. Se você não conhece a Bolsa de Valores do Brasil, aproveite para fazer a leitura de outro artigo que nós também publicamos no LinkedIn! Clique no link abaixo:

Voltando às inscrições na B3, nessa listagem, a empresa decide em qual segmento ingressará — eles são cinco:

  • Nível 1
  • Nível 2
  • Novo Mercado
  • Bovespa Mais
  • Bovespa Mais Nível 2

Esses segmentos de listagem fazem exigências pontuais da governança corporativa, tais como:

  • Quantidade e tipos de informações a serem divulgadas.
  • Possibilidades de estrutura societária.
  • Categorias e quantidade de ações que deverão permanecer circulando no mercado.

Prospecto

Esse é um dos documentos mais essenciais do IPO. Nele, são apresentadas informações importantes para que os investidores saibam por que a empresa decidiu abrir o seu capital. Desse modo, eles conseguem decidir embasados por fundamentos que lhes demonstram o que precisam saber antes de fazer uma aplicação financeira.

O conteúdo do prospecto refere-se à empresa e sua oferta. Com isso, nós podemos encontrar informações que dizem respeito aos objetivos da corporação; certos aspectos da sua atual situação no mercado, possíveis riscos nas transações, organograma administrativo, disposições das operações, entre outras. Esse documento deve ser organizado de acordo com uma estrutura que define como o material e a apresentação devem ser mostrados.

Momento de Reserva e Bookbuilding

Os grandes investidores tendem a mostrar uma maior disposição para participar da Oferta Pública Inicial durante os roadshows. Para os investidores menores, costuma-se estabelecer um período de reserva — um prazo de alguns dias em que é possível fazer a solicitação dos pedidos. Nesse momento, eles devem indicar a quantidade de ações que desejam comprar — uma tarefa que é realizada pelas corretoras de valores que possuem o cadastro para participar do processo.

O bookbuilding também é uma fase fundamental do IPO. Trata-se de uma etapa em que são consideradas as quantidades de papéis que os investidores institucionais desejam comprar — considerando os seus valores — para determinar os preços sob os quais as ações serão lançadas. Essa prática concede à corporação a possibilidade de perceber como as ofertas poderão ser recebidas no mercado — o que lhes permite estabelecer um preço que corresponda às expectativas que são geradas sobre ela.

É importante mencionar que os documentos da oferta preveem uma data para a divulgação desse valor, além de apresentarem o volume de papéis que poderão ser adquiridos pelos investidores não institucionais — que seriam as pessoas físicas, por exemplo.

DIA D: O início das negociações na Bolsa de Valores

Esse é o dia em que os papéis da organização começam a ser comercializados no pregão. Nesse primeiro momento, a performance das ações é assistida pelos investidores com certa euforia — uma vez que ele indica como as operações e a própria empresa foram recebidas pelo mercado. O cenário pode ser dividido da seguinte maneira: as cotações alavancam, o que é um ótimo sinal; ou caem significativamente.

Como as ofertas são classificadas?

Existem maneiras de se classificar a oferta de papéis em um IPO — elas variam de acordo com a origem das ações e do direcionamento das aplicações financeiras. Veja abaixo:

Ofertas Primárias

As ofertas primárias caracterizam a venda de novos papéis que são emitidos pelas empresas no mercado. Os recursos arrecadados nessa categoria de operação são destinados para o caixa das corporações — que tendem a elevar o seu capital social. A quantia obtida é utilizada para expandir o empreendimento através de novos investimentos.

Ofertas Secundárias

Em contrapartida, as ofertas secundárias referem-se à venda de papéis que já existiam — por esse motivo, as corporações não têm um aumento de capital. Tais ações são de sócios que desejam diminuir a sua participação no negócio, ou até mesmo deixar de participar dele. A quantia conseguida através dessas operações é destinada aos proprietários que venderam os papéis.

Investir em IPO é vantajoso?

Se você pretende investir em papéis que são lançados em um IPO, deve ter muito claro na sua mente quais tipos de operações deseja realizar. Por esse motivo, precisa saber se está traçando metas de longo, médio ou curto prazo — tendo essas ideias esclarecidas, fica mais fácil entender os seus objetivos enquanto investidor. O IPO pode, em certas situações, ser uma opção viável para os investidores que desejam adquirir ações de uma empresa com a finalidade de mantê-las por um longo tempo. Entretanto, essa hipótese pode não ser a ideal para aqueles que pensam em vendas imediatas — por isso, é fundamental que saiba onde quer chegar.

Existem investidores que olham o IPO como uma oportunidade de serem sócios da companhia — uma chance para se desenvolverem com ela. No entanto, é importante analisar essa escolha com cautela. De modo geral, as empresas que abrem o capital não possuem um histórico de informações extenso porque são recentes no mercado. Como nós dissemos anteriormente, por norma, exigem-se os dados dos últimos três anos — com isso, é possível dizer que o investidor não terá como saber se a empresa reage bem em períodos econômicos desfavoráveis às negociações.

Nesse sentido, pode haver um desequilíbrio no que diz respeito às informações que novos investidores podem receber — ou seja, aqueles que já eram sócios da corporação, naturalmente, conhecem mais aspectos dela do que o restante do mercado. Também é importante considerar que não há como saber se a posição da empresa é boa ou ruim quando comparada às de suas concorrentes — sobretudo se ela fizer parte de um segmento com poucas corporações listadas no pregão da Bolsa de Valores.

Portanto, é essencial que você acompanhe todos os estudos realizados por especialistas no mercado financeiro. Nós sempre ressaltamos que o mundo dos investimentos apresenta grandes oscilações e, por isso, é um meio bastante volátil! Esteja atento a tudo o que acontece e procure manter-se informado. Nada de fazer aplicações financeiras sem uma análise prévia, ok?!

Como participar de um IPO? 

Bom, para finalizarmos, nós vamos apresentar um rápido passo a passo para que você entenda como pode participar de um IPO. Veja a seguir!

Abra a sua conta em uma corretora de valores

O primeiro passo é abrir a sua conta em uma corretora de valores. Elas são as instituições responsáveis por intermediar as operações na Bolsa de Valores, além de distribuir os papéis vendidos durante o período de Oferta Pública Inicial. Busque saber quais corretoras estão participando dos IPOs do seu interesse e escolha aquela que corresponda às suas necessidades.

Veja quais empresas estão abrindo o capital

Procure saber quais empresas estão abrindo o seu capital. Você pode encontrar essas informações em sites como o da B3, CVM ou até mesmo com a corretora de valores da sua escolha. Lembre-se de escolher com muita cautela! Entenda as propostas das corporações e atente-se aos mínimos detalhes.

Reserve o seu pedido

Você deve solicitar, na corretora da sua escolha, os documentos necessários para fazer uma reserva de ações. Nessa etapa, é importante indicar o valor do capital que deseja investir. Feito isso, entregue o seu pedido com as demais documentações e espere pelas próximas fases. Em alguns casos, pode ser que precise depositar uma certa quantia para garantir a sua participação na Oferta Pública Inicial.

Efetue o pagamento

Uma vez que o procedimento do bookbuilding é finalizado, você recebe informações sobre o valor final das ações — além disso, também saberá a quantidade exata de papéis que poderão ser adquiridos. Quando tiver todos os dados em mãos, realize o pagamento.

Fique de olho nas negociações

Esse é o grande momento, pois as ações começam a ser negociadas no pregão da B3! Por isso, esteja atento à performance de cada uma delas. Ah! Não se esqueça de ficar de olho no desempenho da empresa, combinado?


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